Nesse dia o mundo congelou, o vento parou de soprar e o vazio que tomou conta de seu templo, veio desde os ossos até as portas e janelas. Sou um homem oco, disse ele. Talvez o rio seja mais largo do que o imaginado, intransponivel. E ele sentou à sua margem e admirou todos os reflexos e movimentos; Tal rio tinha sido a fonte de seu sustento, alimento pra alma, e para os olhos.
Nesse momento ele percebeu que o rio sempre esteve lá e que aquela carta que ele escreveu num barquinho de papel, talvez tivesse ido mesmo embora e que ele nunca mais a retomaria... e então ele desejou que algum dia, mesmo que por acaso, alguem a encontrasse, e ficasse feliz ao saber que existem lindas historias no mundo. Histórias que todos os dias são atiradas ao fogo, e algumas saem forjadas como o aço e outras, como apenas cartas, não saem de jeito algum.
[trecho de "Cronicas Quimicas".]
J.
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