20080408

[sonho, 20080408]


Nessa madrugada tive um sonho estranho... sonhei que eu tava numa especie de festa onde mtas pessoas conhecidas e amadas estavam presentes, mas a sensação de solidão tomou conta de mim durante um tempo... eles não entendiam mas eu sentia um vazio dentro do peito, cuja o nome era apenas "ela"... eu não sabia do que se tratava. Mas sabia que "ela" tinha as respostas. De repente, algumas das portas de vidro do lugar começaram a estourar, como vidro temperado se quebra com mudanças bruscas de temperatura. Uma das portas estilhaçou sobre o meu braço direito. E ele passou a sangrar mto. Sai da casa e fui em direção a garagem (que se assemelhava mto à garagem do meu prédio)... e no caminho ouvi um barulho de alguma espécie de animal chegando. Olhei para a minha direita e notei a presença de um cão que parecia um rottweiler, todo preto e meio desfigurado, que ficava andando em círculos ao meu redor. Não liguei , achei que ele estava brincando ou algo assim, quando de repente ele passou sua cabeça sob meu braço que sangrava mto, sujando o focinho com o meu sangue. Ele lambeu o focinho, me encarou, e me atacou, mordendo meu lado, mais ou menos na altura dos meus rins. Eu senti um tranco e cai... e derepente percebi que o cachorrotinha entrado sob a minha pele através de sua própria mordida.
Senti um desconforto sem tamanho... uma dor forte e de repente me senti perdido, mas me lembrava que "ela" tinha algo que apacentava a minha alma.
Então a procurei em diversos lugares, e especialmente num campo verdejante, de mais ou menos uns 12 alqueires de extensão, onde, em suas divisas, haviam pequenos santuários, pequenos templos, cuja a arquitetura se assemelhava a templos hindus.
Em nenhum deles eu pude encontra-la, porque todos eles eram rasos em sua profundidade. Eram como se fossem pequenos templos monolíticos, lindos por fora mas sem absolutamente nada dentro. E de repente eu tive uma visão esfumaçada e turva, mas de algo que descia do céu com uma voz que ecoava dentro da minha cabeça e me dizia:
- Percebeu agora o que eu tenho dito ao seu coração, filho?

E eu, respondi desenrolando o seguinte dialogo:
- Você disse coisas ao meu coração? Então não era eu que apenas as pensei, Você me disse? Sim, isso passa a fazer sentido agora.
- Então me diga, filho, o que você encontrou dentro dos sepulcros caiados?
- Nada encontrei. E eu não sabia que eram sepulcros...
- Sim, eram sepulcros e uma vez foram lugares onde se buscava encontrar a resposta para toda a aflição dos corações das pessoas... encontrar um senso de ordem ou um rumo, que lhes faça sentido completo, e que caiba dentro de suas pequenas mentes.
- Filho, a quem você procurava?

- Eu procurava por ela, por sentir esse vazio na alma, toda vez que eu digo seu nome... me disseram que talvez ela estivesse por aqui, escondida em alguma dessas casinhas... quer dizer sepulcros. Mas sabendo agora sei que não há sentido em se abrigar entre os mortos, que nada sentem, quando se possui vida.

A voz abrandou-se, como a de alguém que se felicita com o que está prestes a ouvir.

- Filho, teu nome é José, conforme o nome de seu pai, que me conhece. Você sabe com quem falas?

- Eu falo com Aquele, que transcende todas as coisas, que as preenche por completo e que não pode ser contido por nada nem por ninguém. Tú és O que apenas conheceu o tempo, por tê-lo criado e é Aquele que se fez carne, por amor a mim e pagou um preço que eu jamais poderia pagar, e o fez para que novamente eu pudesse contemplar o Teu agir, mesmo no silêncio dos meus dias.

E então cai de joelhos, constrangido. E conforme as nuvens foram se abrindo e o vento soprando, cai com o rosto em terra, com temor. Então eu disse:

- Senhor, tu sabes o que eu busco, mas sinto-me confuso com esse cão dentro da minha pele... nada tem feito muito sentido por aqui...

E de repente o cão já não estava mais lá, e eu senti um calor intenso nas costas, olhei ao meu redor e não notei nada, a não ser uma sombra maior, quando de repente notei a presença de um par de asas em mim. E quando eu olhei pra cima, não conseguia acreditar no que eu via. Vi uma nuvem que se desenrolou e que quando se abriu, lá estava ela, da forma mais linda e pura que eu poderia ver, e então eu O ouvi me dizendo...

- Ela está no centro da minha vontade. Porque a procuras em outros lugares?

E então eu soube onde eu deveria estar, e com as asas que tinha ganhado, fui voando para lá.

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