20081229

[Deus, a Lógica, e o pó de Zinco]

Este texto é uma espécie de Trackback ao post do dia 22.12.2008, entitulado "Deus, um delírio?", escrito por Rod Silva

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De onde estou, percebo a minha limitada e rasa perspectiva sobre o mundo em que vivemos, suas origens, seus princípios. Não obstante, encontro em todas as coisas, Deus. Eu o encontro dividindo uma tenda com mendigos na Marginal Tiête; O encontro sob os pilares do metrô Sumaré. O encontro nas gavetas armários e tambores, no céu, nuvens e cores. Eu o encontro nos espaços vazios, entre as palavras que dividem ódio, rancor, paixão e amores. Ele está em tudo, embora nem tudo esteja nEle. Eles está em todos, embora nem todos estejam nEle.

De onde estou, O vejo onde nada se vê, e O percebo onde talvez eu não perceberia se tivesse meus olhos abertos a tudo; se eles se distraíssem com o que Ele faz, e não com quem Ele é. Sabe onde Ele está? Atrás da trave. Da trave que geralmente fica entre Ele, e os nossos olhos.

- BRNWSH

Quantas vezes nós O questionamos por respostas, que talvez ainda não sejam exatamente da nossa competência alcançar. Questões que aparentemente são sobre assuntos simples, mas que envolvem infinitas variáveis, pouco visíveis de longe. Digo de longe, porque por mais que nos aproximemos de outras pessoas, ainda assim, somos mundos separados. Somos separados de Deus, no que diz respeito à nossa identidade humana. Um erro comum é espiritualizar o que é da carne, ao passo que viver se torna algo insustentável, porque é impossível ao homem sobrepujar a própria natureza, sem que isso lhe cause danos quase irreversíveis. Toda condição extrema à qual nos submetemos, causa um igualmente extremo desgaste. E em muitos de nós, especialmente nos que se dão ao trabalho de pensar e refletir, esse desgaste intenso é causado por uma espiral de questionamentos, que geralmente é descendente, e que quanto mais humanamente “Racional” for (entre as aspas, porque nem sempre o que nos parece fazer sentido é exatamente racional) mais humanamente limitada é a visão.

Tenho dúvidas quando o assunto é o questionamento, inclusive e especialmente de questões de fé, por um simples motivo: Saber não só o que questionar, mas como questionar. Eu tenho um espírito que tende a racionalizar as coisas e colocá-las abertas, como se eu fosse um legista, ou um açougueiro-artesão, desses tipos o Bassi. Em cortes especiais. E é óbvio que eu enfrento problemas com isso, porque nem sempre eu encontro a resposta mais apurada. E nesses casos, quando a resposta buscada é sobre algo que envolve sentimentos de quaisquer naturezas, é comum que eu me torne um filho ingrato, questionando, mesmo que em pensamento, a posição de Deus acerca disso ou daquilo. Não é de forma nenhuma proibido questionarmos ou provarmos respeitosamente à Deus. Isso, aliás, é recomendado em diversas partes da Escritura; entretanto é sim errado demandar que Deus concorde conosco, e faça a nossa vontade, e ainda mais se é simplesmente “porque sim”. Antes de questionarmos a Deus, aos princípios, ao que entendemos como natural, porque não questionarmos as nossas motivações, e os nossos objetivos?! Dessa forma fica fácil ver através das nossas ações o nosso egoísmo, nossa impureza, nossas razões ocultas aos olhos nos homens, mas jamais ocultas ao Senhor. Como naquela música da PAX, “… Me questiono sobre os meus últimos feitos e defeitos, os meus ‘porquês’ “. Gosto de pensar em formas de me conhecer melhor, falarei disso noutro post subseqüente, mas já adianto sim que a melhor forma de se conhecer é se questionando.
Talvez pela forma como algumas pessoas se questionam, noções equivocadas das coisas, ou distorcidas, levam pessoas a mudarem o rumo de suas vidas, e no caso de Dan Laynus, Katy Perry (que lançou músicas controversas e que são consideradas homofóbicas, embora o título sugira outra coisa), Gary Lenarie, Doug Pinnick, Britney Spears,Trent Reznor… (lista absurdamente enorme)… e mesmo a(quela) besta (do) Aleister Crowley, os questionamentos, somados a traumas, perversões e outras coisas , não exatamente nessa ordem, tantos tornaram pessoas influentes, formadores de opinião, por assim dizer, bem como apostatas. Tais pessoas foram citadas por terem backgrounds cristãos.
Não quero aqui julgar essas pessoas, especialmente por ser um admirador do trabalho de algumas delas, mas quero trazer à tona a questão do que é realmente lógico. Dentre as pessoas acima, algumas delas tão somente passaram a considerar ilógica, a idéia da existência de Deus.
OK!
Onde eu quero chegar com tudo isso?
Deus é ilógico e totalmente fora de qualquer padrão. Essa é uma verdade que não se explica. Ou você crê ou você não crê. Não tem meio termo.

Na verdade não entendo o caminho da lógica como algo que leve apenas a estes dois extremos embora, sejam sim os extremos. Entendo que a lógica, por ela mesma, é apenas o desenrolar das conclusões baseadas em suposições e hipóteses, ou seja, existe um input de variáveis neste processo. Daí me vem a idéia, de que nem o conhecimento (das coisas que não são espirituais) , nem a ciência são inimigos da fé, como muitos têm colocado. Eu acredito que se tornam inimigos ao passo que são vistos como substitutos da fé.
Se eu tenho tinta amarela, que é amarela. Se eu tenho tinta azul, que é azul. Se eu sei que verde é a mistura de azul com amarelo; Concluo que misturar minhas tintas acima descritas, teria como resultado alguma tinta verde.

Isso é lógico.

- Mas e se as tintas que eu tivesse à disposição forem tintas à base de óleo e água, respectivamente?
- Mas e se essas tintas fossem do mesmo tipo, qual quantidade de mistura geraria qual verde? Sim existem diversos verdes. Diversos azuis, diversos amarelos diferentes…

Não, Deus não é ilógico. Deus é absurdo; Ele não faz sentido; Ele é O sentido.
Honestamente não acho ilógico acreditar em Deus. Na verdade ilógico seria crer no acaso… Talvez até mais cômodo, porque isso nos isentaria de diversas responsabilidades. O fato é, que não é porque algo não pode ser expresso de forma simples, que esse algo é ilógico. Tampouco para ser lógico, algo precisa de uma descrição detalhada e complexa.

Hoje, numa época onde bom é ser escravo da razão, o mundo entra em contradição, e as pessoas passam a viver uma pluralidade de discursos, estilos de vida, “opções” sexuais, credo, até de cor mudam. Nada contra a diversidade, inclusive porque a vejo como Graça de Deus, mas a multiplicidade de discursos e a volubilidade de caráter do homem fazem com que este entre num ciclo onde ele para encontrar a razão, cria para sí uma razão, e então passamos a ser coniventes com o maldito costume destes últimos séculos, de fazer jogada errada parecer e ser aceita como certa. Vemos a caixa de mentiras fazendo os seus discípulos, e vendendo bênçãos e seus jazigos nos céus, enquanto fartam suas mesas com dinheiro que não tem como origem o próprio trabalho. A igreja deveria distribuir riqueza, e não acumulá-la, e comportamento dela, como instituição, no momento presente, sim, é ilógico. A obra do Senhor, feita sem um abraço, sem amor, sem relacionamento cara-a-cara, é apenas meia obra, e se formos falar de extremos, tirem vocês as suas conclusões sobre o que uma meia-verdade é capaz de fazer.

Mas mesmo através de canais poluídos, tal qual o descrito acima, ainda assim, vemos misericórdia e graça. Vemos esperança, vemos renascimento, e com certeza absoluta não ao dos apóstolos, mas ao de vidas. Mas voltemos à lógica.

Todo mundo sabe que água apaga fogo… pois bem… Se você adicionar apenas uma gota de água, à uma misturazinha seca composta por Nitrato de Amônia, Cloreto de Amônia e pó de Zinco, o que pode ser expresso brevemente assim:

Cl-


NH4NO3—————–> N2O(g) + 2 (H2O)(aq)


Zn (s) + NH4NO3 (s)——> N2 (g) + ZnO (s) + 2 (H2O) (g)


 



Você dá início a uma pequena combustão, que gera um foguinho de coloração estranha. Essa misturazinha acende com água… e é tão ilógico quando se pensa no que o conhecimento popular diz. E em algum momento da história, algum imbecíl disse que a voz do povo é a voz de Deus. Graças ao bom Deus, nunca foi. Jamais será até o dia do Senhor. Tal mistura é tão instável que dependendo da umidade relativa do ar, ela pode se acender “sozinha”. Por isso, crianças, o Tio Mônaco não vai passar as proporções e partes por que eu não quero ver nenhum de vocês, monstrinhos do Senhor, pondo fogo em casa e na vovó. Mas pense… o ar que respiramos é úmido, e é um fluído. Tem inúmeras substâncias, que não sabemos nem o nome, e que são parte dos seus pulmões nesse momento. Essa mesma umidade pode acender uma mistura seca, que é instável.

E sem querer viajar demais nas metáforas e bla bla bla, nosso coração é terra seca, ao mesmo tempo que nossa alma e mente, são voláteis e volúveis, e amam se destruir, e amam odiar, e tem prazer em quebrar coisas, e como voyeurs, assistimos o mundo desabando e grudamos os olhos na TV e nos impressionamos, com enchentes no sul, com chacinas no Rio, com assaltos em São Paulo e com a corrupção de Brasília. E ficamos sugando sangue… enquanto isso na sala da Justiça, Deus, O Cristo e o Espírito Santo, apenas ( porque os super-amigos são tão reais quando aquele grupo de super-crentes imaculados , e sem pecado), olham pra terra e dizem: Eles não entenderam o que a gente disse! Mas será o Benedito?! - Sim, o Benedito, o José, o João, o Alexandre, o Eduardo, e o Arthur também. O Natanael Bonifácio até entende, mas dá seus vacilos também. Portanto: Os seres humanos, seres possuidores de tanta lógica, e de uma tremenda sensibilidade, são os detentores da verdade, e reivindicam o seu direito, não de agora terem um rei, não. Mas o direito de não terem mais Deus. Su-per Inteligentes.

Olha, Mark Discroll é legal. Eu gosto dele. Mas eu apelo para Francis Schaeffer, autor que o cristão contemporâneo precisa conhecer. Entenda quanto mais o homem de distância de Deus, mais Ele se distância da razão.

- Wow. Mas isso é ilógico Sr. Monaco. Você acabou de dizer acima que Deus é absurdo!

Okay crianças, vou colocar a coisa de forma mais clara. Segundo Schaeffer, o homem moderno lida com uma vida de contradições, uma vez que a ciência toma como inválida a existência de Deus, porque não foi possível comprovar tal fato em laboratório (tsc,tsc), e que o homem desde o renascentismo, por inércia se envolve mais em questões seculares, do que exatamente em sua espiritualidade; em contra partida a vida sem Deus, desloca três áreas da vida no homem moderno pra um literalmente Downhill. Essas áreas são: Metafísica, Moral e Epistemologia. Concordo. E digo por quê: A única resposta é que Deus está lá.

Se considerarmos que o existe algo, muito poderoso, que é a origem de todas as coisas e que mantém o universo todo, já se descarta logo de cara o acaso como o causador de tudo isso. Se observarmos que os seres humanos têm um senso inato, distinguindo certo e errado, e que existe uma predisposição natural para tal, princípios morais, não são necessariamente aprendidos, mas desenvolvidos, e nesse caso o ponto de origem desse aprendizado ou da noção desses parâmetros, obviamente também não é o acaso. A necessidade epistemológica de Deus é justamente o que nos força, a saber, afinal, o que é real. E os grandes problemas nessa área começaram no séc. XVII com o advento da revolução científica, impondo (falando de forma grosseira aqui) o método do laboratório descrito acima.

Posto isso, temos uma mera noção histórica, de que a coisa tende apenas a piorar, a menos que nossos olhos se voltem para aquele livro preto, já colocado pra trás do tal do livro do U2, a Bíblia. Na época de nossos pais, as mídias impressas comandavam o esquema. Eram mas maiores e mais confiáveis. Hoje em plena era digital, temos que selecionar bem até demais o que traremos para dentro de nossas mentes, porque com a popularização dos meios de comunicação interativos, a difusão de idéias babacas acerca de qualquer gênero ou grau de informação simplesmente cresceu em níveis exponenciais e isso gerou diversos efeitos péssimos nos receptores dessas enxurradas de lixo, dentre eles, uma, tal de Disfunção Narcotizante (me senti o profissional de comunicação agora =P). E nessa brecha as pessoas, que já evitam qualquer tipo de confronto ou responsabilidade, mais se isolam do real, do coletivo, do todo, do que crescem. É algo feio de ver. E o pior a juventude “compra” esse lixo todo através dos mais variados canais. Fala-se muito em pornografia nas bandas de cá, e eu como um colaborador eventual da Sexxxchurch, já fui devidamente informado sobre as estatísticas do mundo pornô, que envolvem cifras suficientes pra erradicar a fome numa pá de pais da África, por uns bons e muitos anos.

Portanto vejo que o Delírio hoje, não é crer em Deus. O delírio é se conformar com nosso século, como tais artistas, longe de Deus, aceitando o acaso como resposta. E é provavel (e óbvio), que nesse nosso mundo cada vez mais alheio à responsabilidades e amor, que seja mesmo melhor preferir o acaso, já que este não demanda compromisso, regrinhas, e pra concluir, o mínimo de reflexão, não sobre o que se fez um dia para que os dinossauros viessem a nascer e depois morrer… mas sobre o agora, e sobre escolher renunciar a sí mesmo, em favor do próximo e se auto-confrontar, mudar e melhorar, para que saibamos agradar à Deus. O acaso, não nos traz a sensação de que devemos algo pra alguém, a de que devemos se gratos, mesmo em meio aos problemas… assim como nós cristãos temos conosco (assim espero), que demos ser gratos à Deus por tudo.

Mas seria acaso misericordioso, reto e amável? Há quem diga que Deus já não é nenhuma dessas coisas, ou por falta de fé, ou por amargura. Seja como for. Se o acaso é quem, por acaso permitiu que coisas ruins acontecessem, bem esse acaso é desinformado. E há quem também diga que então Deus, sabendo das coisas horríveis que acontecem no mundo, não tira a bunda do trono celeste pra resolver, é um sádico. Pois bem, tal questionamento vem à tona quando quem o faz se esquece que Deus não é lá no céu, mas é em todos os lugares, e que embora Ele se preocupe em chamar cada um dos seus filhos pelo nome, Ele também controla um mecanismo complexo, onde as vezes a vontade de um sendo feita, desfaz a vontade ou prejudica a outros dez, então acreditem, existe uma misericórdia imensa por trás de todas essas coisas; Cada momento de redenção de cada ser humano, cada momento de glória à Ele, justificam sim os fatos… e também justifica o mover de todo o natural, que evidencia a presenca de Deus.

Por último, há quem chame a Deus de burro, porque criou um mundo onde existem falhas… pois bem, burro é o homem, que desde cedo escolhe errado. - Mas o homem não é alguém criado à imagem e semelhança de Deus? - Sim, mas isso não quer dizer que Deus é um cara grandão que segura o mundo. Isso quer dizer que o homem pode criar coisas à partir de todas as coisas que Deus criou para o homem; este escolhe conforme vai descobrindo, o que fará com a sua descoberta. Já ouvi outros dizendo que Deus é ruim. Mas a Justiça dEle é algo além do bem e do mal. Infelizmente errar é humano, e não divino, e que me perdoem os humanistas religiosos, mas se existe algo de divino, não é humano. Semelhança não é ser idêntico; é ser parecido. Somos semelhantes entre nós, mas jamais iguais. Da mesma forma, se um homem não pode ser culpado pelo erro de outro, e isso é inclusive considerado injusto, poderia Deus, ser culpado de algum crime cometido por mãos humanas? - AH! Mas então Ele não é onipotente? Não controla tudo?- Deus é onipresente, e, inclusive onisciente, portanto sabe de todos os deslizes e acertos humanos da história. Mas agora pergunto: Se Deus deu ao homem igual chance de fazer tanto o bem quanto o mal, e este por sua vez adquiriu o pecado inato, por optar se desviar das poucas regras sob as quais ele era sujeitado, Deus pode ser culpado pelas ações do homem?! Ainda vou além… Seria cabível ao ser humano demandar de Deus a sua intervenção, ou seja, querer passar sobre a soberania de Deus, pra se livrar de conseqüências, cuja as causas são as próprias ações do homem?!

Certa vez me perguntaram como o meu Deus, YAH ELOHIM, o estado puro de todo o poder existente no universo, poderia permitir que uma criança sem culpa nascesse deformada ou com problemas mil, uma vez que ela não tem culpa de coisa alguma, ser chamado de um Deus de amor. Bem a resposta pode ofender alguns, mas antes de responder perguntei como era a vida da mãe. E no caso se tratava de uma usuária de cocaína. - Pois bem, Deus permitiu que a criança vivesse. É de comum conhecimento que a cocaína e outras drogas, e por que não citar aqui tabaco e álcool, pode causar problemas diversos e letais às gestantes. Se existe alguém para ser culpado, eu diria que se trata da mãe drogada e não de Deus. - AH!!!! Então por que Deus permitiu que ela tivesse filhos… e ai entra perguntas cíclicas e que pouco resolve, mas sei que vocês já devem ter percebido, certo?! Mas e se isso for obra do acaso?! =P

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E se o Universo for obra do acaso?! Amigos, já falei demais hoje. Demais mesmo, mas resumindo o pagode escandinavo aqui, se você quer acreditar em acaso vendo alguém ganhar na loteria ou na raspadinha, ou no bicho, bicha, tiro-no-pato ou bazuca-de-ar-comprido-que-atira-bola-de-meia-na-querméce, é até okay, ponderando que em alguma dessas atividades ainda existem a manipulação humana na hora de escolher onde atirar ou qual dezena marcar, mas pensando no Universo, no Omniverso, pensar na ausência de Deus é a coisa mais estúpida que me ocorreria pensar. Não faz sentido ver a trama que cruza as vidas e os encaixes e pontos finais amarrados com nós, e relações estreitas que firmam tecidos, e por ai afora, e dizer que o acaso fez tudo isso, sozinho, possibilidades mínimas sobre mínimas possibilidades… afinal… quais as chances?!

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O acaso não me satisfaz, e é por isso que ilógico é acreditar que Deus não existe; alias isso é além de burrice, infelicidade.

É, apesar de talvez até lógico, o acaso não me satisfaz.

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